O embaixador de Angola em Moçambique confirma a nacionalidade de “Man Gena”, mas afirma que, a serem verídicas as acusações feitas contra os oficiais da Polícia angolana, deve regressar ao, pais e apresentar as provas.
Em entrevista exclusiva ao jornal “O País” de Moçambique, esta segunda-feira, o embaixador da República de Angola naquele país do Índico, José Manuel, confirmou a nacionalidade de Eugénio Quintas, mais conhecido como Man Gena, depois de, na semana passada, as autoridades moçambicanas, concretamente o Serviço Nacional de Migração (SENAMI), terem questionado a veracidade da informação que o cidadão avançava.
Segundo o embaixador, a informação sobre a presença deste cidadão veio das autoridades policiais, depois que “Man Gena” e sua família se envolveram numa “confusão”, num dos centros comerciais da capital moçambicana, tendo sido recolhidos para a 1ª esquadra da
Polícia Republicana de Moçambique (PRM), onde ficaram retidos até que foram accionadas as autoridades migratórias.
“Efectivamente, os quatro cidadãos são de nacionalidade angolana. O senhor Eugénio saiu de Angola a pretexto de que estava a ser perseguido pelas autoridades policiais angolanas. Tudo quanto sabemos é que este cidadão estava metido em tráfico de droga, daí a razão por que as autoridades andavam ao seu encalço”, explicou.
José Manuel avançou ainda que em nenhum momento Gena e sua família contactaram a Embaixada para algum apoio consular. Avança que pessoalmente procurou aproximar-se do casal, quando ainda estava na 1ª esquadra, mas sem sucesso, pois, depois dos diplomatas por si enviados para apurar os factos, Quintas ficou bastante agitado, considerando que o queriam matar.
“Quando vimos vídeos, dizendo que o Governo tinha enviado dois homens para os silenciar, achei que não havia ambiente para um bom entendimento entre ambos. Daí que começámos a interagir com as autoridades, na pessoa do comandante da 1ª esquadra, que garantiu estarem criadas condições de segurança para ele e sua família”, disse.
José Manuel disse ainda que “fomos mantendo contacto com as autoridades. O que sabemos é que, neste momento, ele está na direcção de operações do SENAMI e a esposa está num centro de acolhimento para mulheres”.
Sobre a suposta perseguição que o casal diz sofrer, por parte das autoridades angolanas, o diplomata diz que as autoridades apenas querem que ele esclareça as acusações. Para isso, este deve voltar a Angola.
“Esta alegação de que o Governo quer matá-lo é apenas um alarme que está a criar, para que todos pensem que ele é uma vítima, mas não é uma vítima completamente, como ele pretende transmitir. Ele é um indivíduo envolvido no tráfico de drogas. Como faz acusações, é importante que ele seja repatriado para Angola, para ajudar o Governo a esclarecer o assunto e, a partir daí, se ele conseguir apresentar as provas que tem, o Governo vai chamar à responsabilidade as pessoas que andam envolvidas no tráfico de drogas”.
Apesar desta pretensão, o embaixador de Angola em Moçambique diz que o seu país ainda não fez um pedido oficial para a deportação de Man Gena e sua família.