Encontrados mortos na morgue do Josina Machel: SIC investiga sequestro de oito jovens em Cacuaco

O Serviço de Investigação Criminal tomou conhecimento, no dia 15 de Fevereiro, através de familiares do desaparecimento de oito jovens que se encontravam a conviver numa hospedaria, em companhia de outros jovens, no município de Cacuaco.

Face à gravidade da situação o SIC despoletou um conjunto de acções investigativas consubstanciadas na abertura de competente processo, bem como a pronta inspecção judiciária ao local indicado pelos familiares como sendo o sítio onde os jovens comemoravam o dia de São Valentim (14 de Fevereiro tcp dia dos namorados), no momento em que de lá foram retirados.

De acordo com informações preliminares obtidas através de testemunhas oculares, os jovens foram levados por quatro indivíduos ainda não identificados, que já estavam no local antes da presença das vítimas, armados com pistolas e sob ameaças de morte, destruindo em seguida, o sistema de vídeo vigilância da referida Hospedaria.

Na sequência dos factos, no dia 17.02.2023, os corpos dos jovens antes dados como desaparecidos foram localizados na Morgue do Hospital Josina Machel e reconhecidos pelos seus familiares.

Considerando que os factos aqui reportados revelam elevada complexidade e preocupação de segurança pública, o SIC em coordenação com a PNA, prosseguem com a realização de diligências, visando a identificação e localização dos autores deste crime para consequente responsabilização criminal.

Superintendente porta-voz do SIC, Manuel Halawaia. (Gaspar dos Santos)

Jovens considerados marginais

Entretanto, segundo o Portal de Notícias Factos Diários, que cita os moradores do bairro da Vidrul, em Cacuaco, a morte dos oito jovens do mesmo grupo, executados na madrugada de 15 de Fevereiro, está a ser atribuída a supostos agentes do SIC.

Durante as exéquias fúnebres, na manhã desta terça-feira, no cemitério da Funda e das Mabubas, na província do Bengo, a população não teve receio ao demonstrar a satisfação do passamento dos jovens, alguns deles, considerados ‘altamente’ perigosos.

Execuções sumárias recorrentes…

Entretanto, esta não é a primeira vez que o Serviço de Investigação Criminal de Angola é acusado de levar a cabo execuções sumarias de indivíduos tidos como altamente perigosos e, até mesmo, inocentes que se encontram no meio destes, sendo que, não é, igualmente a primeira vez que leva a cabo investigações para apurar a morte dos mesmos.

O mais recente caso desta natureza ocorreu em Janeiro de 2022 quando cinco jovens, cujos corpos apareceram, no bairro Kapalanga, ensanguentados e com disparos de arma de fogo foram encontrados pela população local.

Naquela altura a Polícia, negou a autoria do crime e deixou garantias de investigar o caso, cujo resultado nunca chegou a ser revelado.

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