O Ministro da Energia e Águas reconheceu as falhas registadas na construção do canal do Cafu, na província do Cunene, cujos danos criaram o desabamento das placas que conduzem a água ao reservatório de água. Segundo João Baptista Borges, em função da obra estar dentro dos prazos o Estado não vai gastar nada para a sua reparação que começa, efectivamente, no mês de Março.
O Sistema de Transferência de Água do Rio Cunene, a partir do canal condutor do Cafu, apresenta o deslocamento de algumas placas e fissuras, fruto das fortes chuvas que se fazem sentir na região.
Para avaliar a situação, o executivo fez deslocar ao terreno uma equipa multissectorial, coordenada pelo Ministério da Energia e Águas e coadjuvada pela governadora local, Gerdina Dilalelwa.
Segundo apurou o ECOS DO HENDA, dos 165 quilómetros do percurso do canal existem mais de oito pontos críticos, com particular realce para o lote 2, situação que exigirá da equipa técnica um trabalho de monitorização permanente.
Entretanto, no jornal da televisão pública, o Ministro João Baptista Borges reconheceu as falhas existentes na infra-estrutura do canal do Cafu, cujas obras gastaram aos cofres do Estado 137 milhões de dólares, numa altura que nem chegou a concluir 12 meses de vida útil.
Por outro lado, o Ministro da Energia e Águas garantiu que se vão fazer trabalhos para corrigir as falhas actuais, cujas obras, de grande impacto, deverão ocorrer em Março.
João Baptista Borges deixou garantias de que o Estado não vai gastar mais nada e que os trabalhos a serem feitos serão suportados pela empresa construtora que, aliás, terá reconhecido os erros.

Inaugurado no mês de Abril de 2022 pelo Chefe de Estado, João Lourenço, o Canal de Cafu – Sistema de Transferência de Água do Rio Cunene -, visa combater a seca severa e beneficiar um total de 230 mil habitantes e 255 mil cabeças de gado naquela região sul do país.
O orçamento para a construção de infra-estruturas para a mitigação dos efeitos da seca foi aprovado em Abril de 2019 no valor de 200 milhões de dólares e para a fiscalização das obras de construção da central de captação água no rio Cunene, do sistema de bombagem e da conduta de alta pressão, bem como das 10 chimpacas – reservatório tradicional de água nas zonas rurais – a partir de “Cafu até Cuamato” celebrado com o consórcio Gwic Angola, S.A e Sintec, está orçado no valor de 148 milhões de kwanzas.