“Aqueles com tendências homossexuais são filhos de Deus”, diz Papa Francisco

O Papa Francisco diz que as pessoas da comunidade LGBTQIA+ devem ser acolhidas nas igrejas e não marginalizadas.

No regresso ao Vaticano, depois de uma viagem ao Sudão do Sul, o Papa Francisco voltou a abordar o tema da homossexualidade. O chefe da Igreja Católica diz que as pessoas da comunidade LGBTQIA+ devem ser acolhidas nas igrejas e não marginalizadas.

O Papa Francisco, o chefe da Comunhão Anglicana e o principal ministro presbiteriano denunciaram a criminalização da homossexualidade este domingo, durante o voo de regresso ao Vaticano, após a deslocação ao Sudão do Sul.

“Se uma pessoa com tendências homossexuais é crente e procura Deus, quem sou eu para julgar? A criminalização da homossexualidade é um problema e não pode ser ignorado (…) Aqueles com tendências homossexuais são filhos de Deus”, sublinha o Papa Francisco.

Francisco defendeu que as leis que criminalizam as pessoas da comunidade LGBTQIA+ são um “pecado” e uma “injustiça”.

Reiterando o que afirmara em entrevista recente à agência Associated Press (AP), o Papa disse que as “pessoas com tendências homossexuais são filhas de Deus”. “Deus ama-os, Deus acompanha-os e condenar tal pessoa é um pecado”, argumentou.

“Criminalizar pessoas com tendências homossexuais é uma injustiça. Não estou a falar de grupos, isso é outra coisa, os lobbies são outra coisa. Estou a falar de pessoas e o catecismo da Igreja já diz que ninguém deve ser marginalizado”, sustentou.

Na entrevista à AP, o Papa afirmara que “ser ‘gay’ não é crime” e condenara os que criminalizam a homossexualidade.

Na conferência de imprensa deste domingo, Papa Francisco disse ainda acreditar que a morte de Bento XVI, a 31 de dezembro último, com 95 anos, foi instrumentalizada “por pessoas da política e não da Igreja”, a propósito de declarações, publicações e livros, como o do secretário do papa emérito, George Ganswein, após a morte daquele.

Papa Francisco afirmou mesmo que “as histórias que se contam que Bento XVI estava muito descontente” com ele “era um conto chinês”, numa alusão a Ganswein, ainda que não o citasse, a propósito de uma entrevista em que o secretário pessoal de Bento XVI assegurou que o anterior pontífice não gostou do limite que Papa Francisco introduziu às missas no rito tridentino, antes do Concílio Vaticano II, e que são celebradas em latim e de costas para os fiéis.

A conferência de imprensa a bordo do avião papal contou também com a presença do líder da Igreja Anglicana, o arcebispo de Cantuária, Justin Welby, e com o moderador da Igreja Presbiteriana da Escócia, Iain Greenshields, com quem esteve na Catedral de Santa Teresa, em Juba, nesta primeira visita do Papa ao Sudão do Sul.

O Papa chegou na terça-feira passada à República Democrática do Congo, numa viagem que também o levou à República do Sudão do Sul, onde esteve desde sexta-feira.

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