Dino Matrosse critica “Revolta Activa” que fragmentou o MPLA

O veterano da luta armada de libertação de Angola Dino Matrosse defendeu as criticas que faz no seu novo volume de memórias a dirigentes do MPLA que censuraram a direcção de Agostinho Neto durante a luta de libertação num memorando da chamada “Revolta Activa”.

“Escrevi as verdades que conheço. A minha verdade pode não ser de outra pessoa”, disse Dino Matrosse no lançamento do segundo volume das suas “Memórias”.

Este volume é marcado pelas críticas que faz a “fraccionistas” da “Revolta Activa”. afirmando a que este movimento dentro do MPLA nada contribuiu para a luta de libertação.

Dino Matrosse não poupa também criticas aos autores do que diz ter sido uma tentativa de golpe de Estado em 27 de Maio de 1977 e que acabaria ao longo de semanas e meses com a detenção e morte de dezenas de milhares de angolanos pelas autoridades.

O livro “Nacionalista Julião Mateus Paulo Dino Matrosse” será lançado amanhã na União dos Escritores Angolanos, em Luanda. (DR)

O segundo volume da obra intitulada “Memórias”, de Julião Mateus Paulo “Dino Matrosse”, foi lançado no passado dia 19 de Janeiro no Memorial Dr. António Agostinho Neto.

O lançamento do livro foi prestigiado pela primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, além de membros do partido MPLA, da sociedade civil e historiadores.

Depois do volume 1 (1961-1971), nesta obra o autor retrata a experiência pessoal vivenciada ao longo da sua activa e contínua participação na guerra de libertação nacional angolana .

Ele enumera também as incursões estrangeiras no país, essencialmente no período que decorre de 1971 a 1977.

O foco deste volume, com 397 páginas, incide sobre alguns derradeiros anos sob domínio colonial português em Angola.

Dino Matrosse faz referência àquilo que chama “conturbado” período pré-e-pós-independência de Angola, com os “trágicos” acontecimentos do 27 de Maio de 1977.

Com base em vários documentos de arquivo, em posse do autor, o livro faz menção so modus operandi, de cada tendência política, isso no primeiro capítulo da obra.

No segundo capítulo, o autor aborda a situação de Angola após os acontecimentos de 25 de Abril de 1974 em Portugal, e no terceiro os episódios “fatídicos” do 27 de Maio.

Julião Mateus Paulo “Dino Matrosse” nasceu a 30 de Dezembro de 1942 na província do Bengo.

Em 1962, abandona o país e ingressa as fileiras do MPLA a 4 de Janeiro de 1963.

O autor conta com cinco obras, entre as quais “Dino Matrosse na Mira da PIDE”.

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