O músico Evânio Manuel Bunga David, conhecido também como “Johny Berry”, foi detido na noite da passada sexta-feira, 27 de Janeiro, no Hotel Wello Hause, em cumprimento do mandado de busca sob custódia do processo Proc. N.º 4631/PGR/LBT/2022, emitido pelo procurador Almerindo Bastos Chivutucua, nos termos dos artigos 174 e 186, ambos da Constituição da República (Lei orgânica da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público), onde são arguidos o músico e o seu agente Mateus Manuel.
Sob os mesmos pesa uma queixa crime de burla sobre a cidadã residente em Benguela, identificada por Dionísia Longue Dinis Manuel, através da sua empresa Nisia Center, que a data dos factos contratou em finais de Agosto e Setembro o artista por um valor acordado de 500 mil Kwanzas para actuar na festa denominada “Siga La Centralidade”, no dia 30 de Setembro de 2022.
Entretanto, apesar de estar no local do evento, o músico negou-se a subir ao palco e exigia o pagamento integral, segundo o agente do artista Mateus Manuel, dos restantes 250 mil kwanzas do cachêt do artista, as despesas de deslocação, alimentação e hospedagem.
Em função deste incidente, que terá defraudado os fãs e convidados do show, Dionísia Longue Dinis Manuel, representante da sua empresa Nisia Center, na qualidade de queixosa pede que se faça justiça e solicitou o reembolso do seu valor pelo facto do músico não ter prestado o serviço para o qual foi contratado.
“Além da devolução e reembolso dos valores estamos a exigir que o Johny Berry e o seu agente paguem uma indemnização de cinco milhões de kwanzas pelos transtornos causados”, garantiu.
LS Republicano denuncia ilegalidades na detenção do artista
A Editora LS Republicano, que agencia o artista actualmente, já reagiu sobre a detenção do músico.
Em nota conjunta com escritório de advogados TCA-Advogados, a LS Republicano diz que foi com espanto e tristeza que recebeu a informação da detenção do seu artista e denuncia que foram violados, de forma grosseira e leviana, todos os direitos constitucionais e processuais consagrados na Constituição angolana e demais legislação.
“O representante do Ministério Público esqueceu-se de que a prisão preventiva deve ser a última hipótese a ser aplicada perante uma pessoa devidamente localizada”, avança o comunicado da produtora musical que, no final, tranquiliza os fãs do artista que em breve tudo será resolvido.
De referir que a detenção do músico ocorreu em virtude de haver fortes indícios da prática do crime de burla, estando neste momento, sob prisão preventiva.