Casamento tradicional é uma linguagem dos colonizados, na verdade não existe “casamento tradicional” apenas existe casamento em qualquer cultura, a ideia de casamento tradicional citada por Africanos, apenas revela a complexidade do colonialismo enquanto ciência de destruição cultural, pois os Africanos são dos poucos povos que têm terceirizado a sua união, rebaixam o seu costume a um mero pedido, para casar oficialmente dentro dos preceitos coloniais e seu simbolismo, vestido branco, fato social dentro de uma igreja colonial, e somente por via deste casamento colonizado, eles passam a ter efeito jurídico e legal, pois o casamento considerado tradicional não efectiva nada e não tem legalidade jurídica, esta é uma das muitas armadilhas do colonialismo.
Todo casamento ocorre dentro das tradições de um determinado povo, somente os colonizados em África têm pedido (casamento tradicional), casamento religioso (consagração na igreja) e casamento civil (na conservatória). Porém, o casamento religioso e civil são as bases da autoridade do estado colonial, ou seja, a mulher somente se torna esposa e o homem marido juridicamente por aprovação das instituições coloniais.
Para nós Africanos, Zuleica Wilson e Igor Mbenza e já estão casados com bênção da família e dos seus ancestrais, tudo o resto que vai acontecer é uma vénia ao colonialismo.
E não houve casamento tradicional, houve, Kulemba, houve alembamento, houve apenas casamento.