A implementação das medidas previstas pelo Roteiro de Luanda esteve no centro de uma conversa, mantida sábado, entre os presidentes de Angola e da República Democrática do Congo (RDC).
A informação foi divulgada na página da Presidência angolana na rede social Facebook, adiantando que o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, falou com o homólogo da RDC, Félix Tshisekedi, a partir de Brasília (Brasil), onde se encontra em missão de trabalho.
Na conversa ao telefone, de acordo com a fonte, o Presidente Félix Tshisekedi informou sobre os esforços de coordenação no terreno.
Trata-se da coordenação entre a RDC, a Força da Comunidade Económica da África Oriental e o Mecanismo de Verificação, em conformidade com os entendimentos alcançados na recente minicimeira de Washington (EUA).
Alguns pontos do Roteiro de Luanda
No dia 6 de Julho de 2022, a Cimeira Tripartida entre Angola, a RDC e o Rwanda, realizada em Luanda adoptou o Roteiro da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos sobre o Processo de Pacificação da Região Leste da RDC.
O documento ficou conhecido como Roteiro de Luanda para a Paz no Leste da RDC. Eis alguns pontos constantes do documento assinado pelos Presidentes do Rwanda, Paul Kagame, da RDC, Félix Tshisekedi, e de Angola, João Lourenço, na qualidade também de Presidente da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos e mandatário da União Africana:
– Instauração de um clima de confiança entre os Estados da Região dos Grandes Lagos;
– Criação de condições ideais de diálogo e concertação política, com vista a resolução da crise de segurança no Leste da RDC;
– Normalização das relações políticas e diplomáticas entre a RDC e Rwanda;
– Cessação imediata das hostilidades;
– Criação de um Mecanismo de Observação Ad-hoc, liderado por um general angolano para acompanhar o cumprimento dos acordos;
– Retirada imediata das posições ocupadas pelo M23 no território congolês, em conformidade com o comunicado final de Nairobi;
– Criação de condições para o regresso dos refugiados;
– Reactivação da equipa conjunta de inteligência para definir as modalidades práticas e o programa de luta contra as FDRL, em coordenação com a presidência da CIRGL e o Processo de Nairobi;
– Criação de mecanismos regionais de luta contra a exploração ilícita de recursos naturais na região, com realce no território da RDC.