Na província da Huíla, os Magistrados do Ministério Público, os funcionários da PGR e os instrutores processuais do Serviço de Investigação Criminal, encontram-se insatisfeitos com as constantes interferências processuais que o Procurador Regional Sul, Hernani João de Freitas “Beira Grande”, tem estado a praticar nos vários processos que são instruídos por estes, principalmente quando os arguidos fazem parte do seu círculo de amizade ou familiar, sob o olhar calmo, sereno e sem qualquer reacção da Procuradora Titular da Província da Huíla, Celma Lourenço, que por sinal, é sua sobrinha.
Por: Júlio Sapalo | Lubango
Como clarividência destas interferências, o realce recai sobre o caso mais recente que envolve a ex-Miss Huíla 2018, Beatriz Cardoso Alves, constante do processo-crime número 0768/22-C, cidadã considerada altamente perigosa e pertencente a uma quadrilha que praticava diversos crimes com destaque para roubos qualificado, ofensas corporais graves, posse ilegal de arma de fogo e munições proibidas.
Os comparsas desta ex-Miss, nomeadamente, Osvaldo Benedito Tchilecula, Gerson Hortênsio Gueiro Ramos e António Francisco Fernandes confirmaram a participação da mesma no cometimento do crime de rapto do seu ex-namorado o cidadão Cristiano Pedro, mas por interferência do Procurador Regional Sul, que em variadíssimas vezes efectuou ligações telefónicas a Procuradora Raquel Nihova a orientar a alteração da posição processual da ex-Miss, passando de arguida para mera declarante.
No entanto, e procurando realizar somente a justiça, a Magistrada do Ministério Público Yolene Cunha, durante o julgamento do grupo pediu que se abrisse um processo em apenso contra Beatriz Cardoso Alves, ex-Miss Huíla 2018, mas mesmo assim, este processo veio a sofrer interferência por parte do Procurador “Beira Grande”, que orientou a Magistrada junto ao SIC, Cândida Ester Nangambali, à arquivar o referido processo.
Desde o período que o Procurador-Geral da República Titular no Provincia da Huíla, Gabriel Custódio foi substituído pela Magistrada Celma Lourenço, “sob proposta do Procurador Regional Sul”, num manifesto aco de nepotismo, verifica-se um certo afrouxamento na condução dos processos que envolvem figuras pública, bem como processos de peculato a nível da província.
Augura-se que o Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público possa agir em conformidade, visando repor a legalidade e a verdadeira Justiça no sistema judiciário da província da Huíla, pois, “são recorrentes as situações de interferência processual praticados pelo Senhor “Beira Grande”, do contrário nunca teremos uma verdadeira aplicação da justiça em sede da província e os inocentes pagarão sempre pelos actos praticados pelos reais criminosos”, apontam os especialistas no Lubango.