O Instituto Superior de Ciências de Administração e Humanas (ISCAH), realizou, recentemente, nas suas instalações, sita no município de Belas em Luanda, mais um acto solene de outorga de diplomas aos estudantes recém licenciados.
Por Miguel Daniel
O acto contou com a presença de mais de 250 estudantes recém licenciados nas áreas de Direito, Contabilidade e Administração, Gestão de Recursos Humanos, Economia, Ciências Política, Psicologia (Social, Escolar, Clínica e das Organizações).
Segundo o Presidente do Instituto Superior de Ciências de Administração e Humanas, Sapalo António, que falava na abertura da cerimónia, este momento marca emocionalmente o fim de uma etapa espinhosa que a maioria dos jovens esperavam incansavelmente para a conquista do almejado título de licenciados, porque foram quatro anos com mais anos de sacrifício.
“Espero que as dificuldades vencidas os tenham amadurecido e que, doravante, vos sirvam de experiência nas missões pelos títulos académicos de pós graduação, económicos, políticos e sociais para o bem pessoal, familiares e para a comunidade”, sublinhou o também docente universitário, solicitando aos recém licenciados a nunca desistirem da luta pela sua firmeza e dignidade em honra à ciência e ao ISCAH.
A cerimónia contou também com a presença do Diretor Nacional da Juventude e Desporto, Kikas Manuel Machado, que mostrou a sua satisfação ao ver os recém licenciados a receberem os seus diplomas e afirmou que, os estudantes estão numa fase de competição e que todos os anos milhares de jovens terminam o curso superior.
“Isto significa que hoje, cada cargo, quer no sector privado quer no público, é disputado por um número de pessoas considerado igualmente qualificado. Por isso, a nível do sector público todas as vagas são preenchidas por concurso público”, referiu.
O director da Juventude avançou ainda que, não basta só concluir a formação. “É preciso ter conhecimentos e habilidades com competências técnicas para desempenhar diversas funções na vida social e para o desenvolvimento do nosso país”.
Satisfação
Quem também participou no acto de outorga de diplomas é o jornalista e escritor Lucas Pedro, que também não guardou a sua satisfação de ter mais uma vez aprendido uma lição naquela instituição e agradeceu aos docentes e aos seus amigos que o desafiaram a conquistar mais uma licenciatura no curso de Direito.
Lucas Pedro, diz que escolheu o curso de Direito porquê o ISCAH é uma instituição com bons docentes na área e aprenderam bastante com os professores daquela Instituição, sobretudo, o professor Calobondjabondja, a quem tem muito apresso e que foi apreciador do seu livro intitulado “Prestação de Alimentos aos Menores e aos Demais” que foi publicado no ano passado.
O homem das leis avançou que, liderou o movimento dos estudantes do ISCAH e que no seu mandato o movimento recebeu um prêmio.
“Nós somos únicos que recebemos prêmio, somos dos poucos estudantes que sabemos escrever e muitos ainda têm medo da caneta”, rematou.
Já a licenciada no curso de contabilidade e Administração, Loengo Teresa, manifestou a sua alegria por ter terminado o curso e, finalmente, ter chegado o dia de receber o tão esperado diploma.
Loego Teresa agradeceu a escola e os professores que o receberam tão logo que chegou, principalmente a todos colaboradores do ISCAH e a sua família que ajudaram directa ou indirectamente para a sua formação.
Quanto as dificuldades a contabilista, realçou que não foi fácil terminar os quatro anos de formação por causa das dificuldades que enfrentou durante a sua caminhada.
“A minha formação foi muito difícil porque ocorreu no período nocturno e era muito arriscado por causa dos táxis. Já subi num táxi pensando que eram pessoas de boa fé, mas os que lá estavam eram todos meliantes. Fui assaltada, me receberam tudo naquele dia. No meio da formação fiquei desemprega e a situação ficou mais difícil ainda”, contou, acrescentando que foi preciso muita persistência e fé para concluir o curso e hoje ser uma entre os licenciados.
Cristina Agostinho, licenciada em Psicologia Escolar e Educacional, mostrou a sua satisfação no momento da recepção do seu diploma e diz que pretende continuar a estudar uma vez que o conhecimento é contínuo e dará os próximos passos na sua carreira se Deus permitir.
Críticas ao Governo
O Professor Apolinário António Domingos, felicitou os recém licenciados com uma aula magna de economia e diz que os investimentos para educação e para área científica têm falhado muito.
“Porque quando se diz há investimentos magros, também há má qualidade de ensino e, não se pode exigir mais do que àquilo que se põe à disposição dos pesquisadores”, notou.
Não é preciso muito para melhorar esta situação, basta o Governo cumprir com as recomendações da SADC. Há uma quota mínima do Produto Interno Bruto (PIB) da riqueza nacional que deve ser atribuída todos os anos para educação.
O docente salientou ainda que o subsídio dado para o sector da educação em Angola é quase insignificante. “Por isso, temos pouca qualidade no ensino e isto não é por falta de recursos”, sustentou.
Apolinário Domingos deixa uma mensagem aos recém licenciados dizendo que os finalistas devem manter-se no grupo de pesquisa científica, mesmo com as dificuldades que se tem e, é só por causa disso que as universidades não morrem a todos os níveis quanto as públicas como privadas.
Aprovada por Decreto Presidencial n.° 168/12 de 25 de Julho, em Diário da República n.° 141 I.ª Série, o Instituto Superior de Ciências de Administração e Humanas (ISCAH) tem mais de 20 salas de aulas, sendo uma das instituições do ensino superior com o valor de propinas mais acessíveis aos bolsos dos estudantes, oferecendo várias modalidades de pagamento para facilitar os jovens angolanos, no sentido de formar mais quadros em função da conjuntura que o País atravessa.
O Instituto superior de Ciência de Administração Humana (ISCAH) ministra cursos de Economia, Gestão de Recursos Humanos, Contabilidade, Direito e Psicologia.