Chefes de Estado africanos destacam esforços de João Lourenço para paz na RDC

Os Chefes de Estado africanos reconheceram, esta semana, em Nairobi, Quénia, os esforços de mediação do Presidente angolano, João Lourenço, mandatado pela União Africana, para a restauração da paz e segurança no Leste da República Democrática do Congo e nos Grandes Lagos, no geral.

Trata-se dos Presidentes do Burundi e em exercício da Comunidade dos Países da África Oriental, Evariste Ndayishimiye, da RDC, Antoine Thisekedi Tshilombo, do Uganda, Yoweri Museveni, do Rwanda, Paul Kagame, e da Tanzânia, Samia Suluhu, que participaram, em regime presencial ou virtual, do lançamento da terceira ronda de consultas do processo de Nairobi para a paz no Leste da República Democrática do Congo.

Os estadistas congratularam-se com a mini-cimeira de Luanda, realizada no dia 23 do corrente mês, que decidiu pela declaração de um cessar-fogo e um conjunto de acções à serem levadas a cabo para a restauração da paz e da segurança na região.

Em representação de Angola, o embaixador Sianga Abílio participou do evento, promovido pelo antigo Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, na qualidade de facilitador da Comunidade dos Países da África Oriental (CAO), com o objectivo de discutir em torno de acções que visam a restauração da paz nesta região da RDC e o alinhamento do processo de Luanda ao de Nairobi.

A sessão de abertura do certame, também designado de Nairobi III, foi orientada pelo Presidente do Quénia, William Ruto, que apelou para a necessidade de se restabelecer a paz na RDC, condição que permitirá um quadro de paz para todos os países da região dos Grandes Lagos.

A mini-cimeira de Luanda teve como principal objectivo estabelecer um calendário para a implementação de “acções prioritárias” para a cessação das hostilidades e a retirada imediata do M23 das localidades congolesas ocupadas.

Expressou a sua preocupação pelo agravamento da insegurança e das acções militares persistentes do M23, depois de este adquirir armas “cada vez mais sofisticadas” e outros meios para realizar ataques contra as Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC).

Os chefes de Estado presentes no encontro consideraram que a persistência de forças negativas e terroristas na região leste da RDC constitui uma ameaça à paz, à segurança e à estabilidade na sub-região.

Por isso, decidiram a cessação das hostilidades em geral e em particular dos ataques do M23 contra a FARDC e a Missão das Nações Unidas no país (MONUSCO) bem como o cumprimento integral das decisões anteriores tomadas em Luanda, Nairobi e Bujumbura.

Decidiram, igualmente, a cessação de todo o apoio político-militar ao M23 e a todos os outros grupos armados locais e estrangeiros que operam no leste da RDC e na região dos Grandes Lagos, incluindo a FDLR-FOCA, RED-TABARA, ADF e outros.

João Lourenço, que preside à Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), é igualmente o medianeiro da União Africana (UA) na crise entre o Rwanda e a RDC.

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