Prestes a ser nomeado Chefe do Estado Maior-General das FAA: Morreu o general Kamorteiro vítima de doença

Morreu na madrugada de domingo, no Hospital Militar Principal, em Luanda, o Chefe do Estado Maior General Adjunto para Área Operacional de Desenvolvimento das Forças Armadas Angolanas, o general, Abreu Muengo Ukuatchitembo “Kamorteiro”, para onde foi levado de urgência, depois de se ter queixado de um mal estar em casa, avança fonte familiar.

Kamorteiro é o nome de guerra do General Abreu Muengo Ukwachitembo, que na língua nacional umbundu significa pequeno morteiro, um nome de guerra atribuído a si por ser um dos melhores especialistas de artilharia terrestre na extinta FALA, braço militar da UNITA.

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Kamorteiro, que foi nascido em 1959, na província do Bié, desempenhou o cargo de responsável máximo do alto comando das Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA), então militares da UNITA; chefe de Estado Maior destas forças até à assinatura dos acordos de paz. Após a assinatura do Memorando de Entendimento Complementar ao Protocolo de Lusaka, em Luanda, já enquadrado nas Forças Armadas Angolanas, com cargo de chefia, dedicou-se a terminar os seus estudos, tendo efectuado uma licenciatura em História, e posteriormente fez o mestrado em História de Angola no ISCED.

Os generais Geraldo Abreu Muengo “Kamorteiro” e Adriano Makevela Mackenzie, são apontados como os mais prováveis substitutos do actual Chefe do Estado Maior-General das FAA (CEMGFA), António Egídio de Sousa Santos.
(DR)

Apontado como substituto do actual Chefe de Estado Maior das FAA

O general Geraldo Abreu Muengo “Kamorteiro” estava a ser sondado pelo Presidente da República como os mais provável substituto do actual Chefe do Estado Maior-General das FAA (CEMGFA), António Egídio de Sousa Santos, mais conhecido nas lides castrenses por general “Disciplina”, alterações que deveriam ter sido feitas neste órgão principal das Forças Armadas Angolanas no âmbito da constituição do novo Executivo saído das eleições gerais de 24 de Agosto último.

Embora o favoritismo estivesse a ser atribuído ao general Geraldo Abreu Muengo “Kamorteiro”, um dos factores primordiais que estavam a seu favor para vir a ser o próximo Chefe de Estado-Maior General das FAA era, desde já, o interesse político do MPLA que, uma vez mais, poderia se abrir a inclusão de ex-militares da UNITA, neste cargo de relevo depois de já ter ocupado o mesmo posto Geraldo Sachipengo Nunda, no cargo desde 2009 e exonerado em 2018, tendo sido substituído por António Egídio de Sousa Santos.

A exoneração de Nunda, ligada a uma lista de quase 40 exonerações e nomeações que o Comandante-em-Chefe fez no primeiro ano da sua estreia, enquanto Chefe de Estado, acabaria a deixa-lo folgado para assumir outras funções no aparelho do Estado, sendo actualmente embaixador da República de Angola no Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.

Devido à sua condição de oriundo das antigas FALA (braço armado da UNITA) a nomeação iria constituir numa demonstração de confiança e/ou boa vontade do regime no que toca às suas políticas de reconciliação nacional – um efeito que poderia, certamente, beneficiar o MPLA e o seu líder João Manuel Gonçalves Lourenço.

Abreu Muengo Ukwachitembo “Kamorteiro”, até então Vice-chefe do Estado Maior General para Logística e Infra-estruturas das Forças Armadas Angolanas, foi um dos co-signatários dos acordos de paz para Angola, rubricados a 4 de Abril de 2002 entre o Governo e a UNITA, ao lado do general Armando da Cruz Neto, então chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA).

O general Abreu “Kamorteiro” foi um dos signatários do Memorando de Paz de 4 de Abril de 2002.

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