O bairro da Boa-fé no município de Viana, em Luanda, não tem água potável nem canalizada desde a sua existência, há mais de 13 anos. Os moradores são obrigados a comprar o preciso líquido em camiões cisternas, com preços a variarem entre 14 e 16 mil kwanzas.
Por: Jéssica Cutala
“O bairro existe há mais de 30 anos, passados 20 anos de paz, não se admite que populações que vivem na periferia da capital ainda bebam água dos tanques”, deplora Margarida Bento Mussunda.
“A população depende da água dos tanques ou dos Kupapatas que vão comprar a água na zona da Camareira e das Mangueirinhas ao preço de 10 kwanzas para nos revender a 50 e 80 kwanzas o bidão de 20 litros”, queixa-se.
Segundo o jovem motoqueiro Luís José, para quem a venda de água tem sido o seu ganha pão, “passados 47 anos de independência e 20 de paz, infelizmente o governo não consegue satisfazer as necessidades básicas das populações”, lamenta.
O jovem lembra que mesmo a zona onde vão adquirir o precioso líquido, jorra apenas em algumas casas, mas todas tem ligação feita pelos chineses.
No âmbito das 700 mil ligações, o município de Viana, havia beneficiado do projeto das 700 mil ligações, mas infelizmente não abrangeu a todas a moradias e bairros e, poucas são as casas onde o precioso líquido jorra.
O garimpo de água é outro cancro que a EPAL não consegue por fim no município satélite.