Isabel dos Santos desconhece mandado de captura da Interpol

“Os advogados de Isabel dos Santos consultaram a base de dados da Interpol e não existe, até ao momento, qualquer referência à emissão de um mandado”, diz fonte oficial da empresária angolana.

Isabel dos Santos já reagiu à notícia do mandado de captura internacional para a sua extradição, esclarecendo que nunca foi constituída arguida em qualquer dos processos em que está envolvida e que não tem conhecimento desse mandado.

“A Eng.ª Isabel dos Santos tem conhecimento, há quase três anos, da existência de processos que correm os seus termos em Portugal por factos relacionados com a investigação que corre também termos em Angola, e que visam não apenas a si própria, mas também empresas com ela relacionadas. Nestes quase três anos de existência de tais processos, em momento algum foi constituída arguida. Sublinhe-se, que nem nenhuma das suas empresas”, diz fonte oficial da empresária num comunicado a que o Negócios teve acesso.

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Também ao longo destes quase três anos, acrescenta, Isabel dos Santos “disponibilizou-se formalmente a prestar declarações sempre que foi convocada, o que aconteceu, por exemplo, em processo que correu termos no Banco de Portugal, onde, em duas ocasiões, prestou todos os esclarecimentos solicitados. Também prestou declarações em processo, por si interposto em Portugal, na qualidade de assistente”.

Nos processos crime que correm termos em Portugal e em que é visada, disponibilizou-se formalmente para prestar declarações, refere ainda o comunicado. “Não obstante, estranhamente, nunca foi notificada para tal efeito”, sublinha.

“Em rigor, as autoridades têm conhecimento da sua morada, que consta, aliás, nas procurações que foram juntas aos processos. Não se encontra em parte incerta, ao contrário do que é falsamente divulgado. Tanto mais que foi, inclusive, notificada para essa mesma morada no âmbito de processos crime que correm termos em Portugal”, aponta a fonte oficial da filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos.

E prossegue: “Os factos relacionados com o período em que exerceu funções na Sonangol não foram confirmados judicialmente – pelo contrário”.

“Acresce que não foi proferida qualquer acusação e, por isso, não foi sequer possível, anos depois, exercer o contraditório quanto a tais alegados factos, sendo que os processos continuam em segredo de Justiça, o que dificulta ainda mais o exercício dos direitos de defesa e de reposição da verdade material”.

A mesma fonte oficial diz ainda que “os advogados de Isabel dos Santos consultaram a base de dados da Interpol e não existe, até ao momento, qualquer referência à emissão de um mandado”.

O Correio da Manhã avançou esta sexta-feira, ao final do dia, que a Interpol emitiu um mandado de captura internacional contra Isabel dos Santos a pedido da Procuradoria-Geral da República de Angola.

“De acordo com um documento daquela organização internacional de polícia criminal, a que o CM teve acesso, a filha do antigo presidente angolano, falecido em Julho deste ano, é suspeita de desvio de fundos e branqueamento de capital quando exerceu o cargo de CEO da petrolífera angolana Sonangol”, refere o CM.

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