A polícia turca anunciou esta segunda-feira, 14 de Novembro, a detenção da suspeita do atentado terrorista de ontem em Istambul, que provocou a morte a seis pessoas e deixou feridas mais de 80. Segundo as autoridades, trata-se de uma cidadã síria que terá recebido em Kobane, ordens do PKK para colocar a bomba.
Depois de 6 anos sem nenhum atentado terrorista nas principais cidades turcas, o espectro do terrorismo volta a pairar sobre este país. Ontem uma bomba deixada num saco explodiu na movimentada rua de Istiklal, em pleno centro de Istambul, perto da icónica praça central de Taksim.
A meio da tarde, quando o engenho explodiu, a rua pedestre, comercial, estava apinhada de gente, com muitas famílias e turistas a passear. Entre os mortos há pelo menos uma criança de 3 anos.
As autoridades turcas iniciaram logo uma investigação, e o presidente Recep Tayyip Erdogan prometeu “punir os responsáveis”. A zona está pejada de câmaras de segurança, e cedo as autoridades anunciaram que o saco tinha sido deixado por uma mulher.
Segundo as autoridades, trata-se de uma cidadã síria que terá recebido em Kobane, ordens dos separatistas curdos do PKK, Partido dos Trabalhadores do Curdistão, para colocar a bomba. O PKK que ainda não reivindicou o ataque.
Entretanto, as autoridades decretaram a proibição de publicar imagens e artigos sobre o assunto, e limitaram a banda das redes sociais, para “impedir a propagação de imagens chocantes e de informação falsa”, prática que tem sido comum em situações desta natureza.
Em 2015 e 2016 as grandes metrópoles turcas foram alvo de dezenas de ataques terroristas, que causaram mais de 500 mortos, entre os quais atentados com carros bomba na capital, Ancara, o ataque ao aeroporto internacional de Istambul em Junho de 2016, e a uma discoteca em plena festa de ano novo no dia 1 de Janeiro de 2017.
Em Março de 2016 um bombista suicida detonou também uma bomba nesta mesma rua Istiklal, matando diversos turistas. No passado os ataques terroristas eram reivindicados ora pelo PKK ora pelos fundamentalistas islâmicos do Daesh.
A verdade é que nos últimos anos as autoridades turcas, que desenvolveram um poderoso sistema de informações e segurança, têm sido eficazes na neutralização destes dois grupos, e regularmente detêm ou matam alegados terroristas. Seis anos depois, uma bomba voltou a ceifar vidas inocentes em Istambul.