Sob mediação de Angola, a República Democrática do Congo (RDC) e o Ruanda acordaram manter o mecanismo de diálogo e concertação política como via para a resolução da crise política entre dois países irmãos.
O acordo foi feito na reunião tripartida entre os ministros das Relações Exteriores de Angola, Téte António, o Vice-Primeiro-Ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros da RDC, Christophe Lutundula, e o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional do Ruanda, Vincent Biruta, realizada este sábado, 5 de Novembro, em Luanda.
A reunião aconteceu no quadro do processo de mediação de Angola, visando a normalização das relações entre a RDC e o Ruanda, na sequência da sua deterioração emanada da crise de segurança no leste da RDC, bem como o restabelecimento de um clima de confiança entre os dois países.
“A reunião tripartida ministerial, antecedida pela reunião conjunta dos Serviços de Inteligência Externa e de Segurança Militar teve como objectivo principal relançar o diálogo entre as autoridades da RDC e do Ruanda, assim como retomar o processo de implementação do Roteiro de Luanda de 6 de Julho de 2022”, reforçou Téte António, quando apresentava o comunicado final à imprensa.
Os ministros acordaram também a definição de um cronograma para acelerar a implementação do Roteiro de Paz e dos compromissos assumidos pelas partes no quadro da reunião da Comissão Conjunta Permanente entre a RDC e o Ruanda, realizada nos dias 20 e 21 de Julho do corrente ano, em Luanda.
Segundo Téte António, a RDC e o Ruanda acordaram igualmente o desdobramento imediato do mecanismo de verificação Ad-Hoc em Goma, devendo os chefes dos serviços de inteligência prosseguir com os trabalhos para manter o mecanismo de diálogo e a concertação política, e com a implementação do Roteiro de Paz e dos compromissos assumidos pelas partes.
Os ministros comprometeram-se ainda em prosseguir com os esforços para uma
evolução encorajadora no terreno e preparar a próxima cimeira tripartida.
Na reunião, foi também proposta a realização de reuniões de coordenação a todos os níveis, entre o Processo de Luanda e o Processo de Nairóbi. Angola, enquanto país mediador, deverá fazer as diligências necessárias para a concretização destas reuniões.
“O que motivou a reunião de Luanda, exactamente, era pôr cobro a situação de crise que se vive no Leste da RDC. E entre nós, tivemos um princípio de que não haveria nenhuma questão de tabu que não pudesse ser abordada”, frisou.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da RDC e do Ruanda agradeceram o Governo e o povo angolano, estenderam os seus agradecimentos ao Chefe de Estado angolano, João Lourenço, também Presidente em exercício da CIRGL, João Lourenço, pela sua disponibilidade e engajamento neste processo, cujas partes renovaram a confiança na sua mediação.