A China anunciou, esta segunda-feira, ter registado o maior número de casos de Covid-19 em seis meses, apesar dos confinamentos que continuam e que têm gerado polémica e indignação social. A nível económico, a maior fábrica de i-Phones do mundo, em Zhengzhou, no centro do país, continua confinada e a Apple já anunciou que vai haver atrasos no fornecimento dos novos smartphones.
As autoridades chinesas anunciaram, esta segunda-feira, o surgimento de 5.500 novos casos, a maior parte na província de Guangdong, no sul, um importante centro industrial. Este é o maior número de casos registados desde Maio.
Por outro lado, a cidade de Zhengzhou, no centro do país – conhecida como a “i-Phone City” por acolher a maior fábrica de i-Phones do mundo – continua confinada mas está a funcionar a meio gás. Este domingo, em comunicado, a Apple avisou que vai haver atrasos no fornecimento do i-Phone 14 Pro, numa altura crucial para as vendas, a pouco mais de um mês do Natal. Desde Outubro que as instalações de Zhengzhou são palco de um aumento do número de casos de covid-19.
A política de zero Covid e as restrições sanitárias voltam a penalizar economicamente a China. Pela primeira vez em dois anos, as exportações sofreram uma quebra em Outubro e também se registou um recuo nas importações. De notar, ainda, que é na China que são fabricados 90 % dos produtos da Apple e que o país é também um dos principais clientes do grupo.
Este fim-de-semana, as autoridades avisaram que as restrições são para continuar. A estratégia consiste em confinar bairros e cidades após o aparecimento de casos, em realizar testes a grande escala e em colocar de quarentena as pessoas positivas e quem chegue do estrangeiro.
A população começa a mostrar sinais de descontentamento nas redes sociais. As pessoas confinadas queixam-se que as portas principais dos prédios são seladas para evitar qualquer saída, impedindo o acesso dos serviços de socorro e a saída em caso de perigo de vida. Por exemplo, o pai de um menino de três anos, asfixiado com monóxido de carbono, acusou as autoridades de o terem impedido de levar o filho ao hospital e a criança não sobreviveu.