Lunda Norte: Trabalhadores da Sociedade Mineira do Lunhinga clamam por ajuda e sensibilidade do Presidente da República

Os trabalhadores da Sociedade Mineira do Lunhinga, ex-Luó-SMCC, na província da Lunda Norte estão a clamar por ajuda e pela sensibilidade do Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço.

Em causa estão vários problemas que os mesmo têm vivido desde o tempo em que a empresa se chamava Luó, antes mesmo da Endiama retirar os direitos, títulos e a licença de exploração e comercialização da antiga empresa e da Endiama ter assumido as actividades operacionais da mesma.

Segundo a denúncia enviada ao ECOS DO HENDA entre os vários problemas estão ainda os reiterados atrasos e reajustes salariais situação que levou os trabalhadores a decretarem no dia 28 deste mês, uma greve por tempo indeterminado, com o fito de forçar uma negociação com a Direção da empresa e da Endiama que se deverão deslocar aquela mina diamantífera para ouvir os grevistas.

Segundo a nossa fonte, além do atraso salarial, vários subsídios não têm pagos, os trabalhadores também não têm Seguro de Saúde, desde a fundação da empresa e muitos funcionários já em idade de reforma não conseguem ir para a reforma porque a referida empresa nunca honrou os compromissos com o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).

“Os descontos são feitos nas folhas de salário dos trabalhadores mas, não são pagos a segurança social. E muitos trabalhadores já em idade de reforma estão impedidos de sair a reforma”, denunciaram.

A nova empresa, a Sociedade Mineira do Lunhinga, tem estado a empurrar a culpa a antiga empresa, por causa da dívida que aquela empresa contraiu com a segurança social cujo valor, nunca chegou a ser mencionado, mas que garantem ser bastante elevado.

“Entra director e sai director, mas os problemas permanecem, tirando o salário básico os trabalhadores não têm direito a mais nada. Nunca recebem cabaz e até o subsídio de férias e de natal são sempre taxados pelo IRT e IVA situação que nos leva a ficar quase sem nada”.

Presidente da República chamado a intervir

Em face dos problemas acima descritos os trabalhadores pedem mesmo a intervenção do Presidente da República com vista a encontrarem uma solução para esta situação que há muito tempo os aflige.

“Como é possível um trabalhador da Endiama que detém 97% das acções da Sociedade Mineira do Lunhinga (SML) não ter seguro de saúde, nem para si nem para os seus dependentes?”, questionam, sublinhando que são obrigados a recorrer sempre aos vales, vulgo ‘kilapes’ para levar um filho ou esposa ao hospital.

“O salário é pago em percentagem (metade ou pouco acima da metade) enquanto os trabalhadores da Endiama estão a ganhar prémios de 2.600.000 kz.
(Dois Milhões e Seiscentos Mil Kwanzas) e terão um cabaz de 750.000 a 800.000 kz”. Sua excelência Sr. Presidente somos pais de família como todos outros, esta metade do salário que nos vão pagar o banco vai retirar tudo porque temos dívida com os bancos”.

Solicitam gestão igual a de CATOCA
Por formas a mudar o quadro actual, os trabalhadores querem uma gestão igual a que está a ser levada a cabo pela sociedade mineira de CATOCA.

“Nós produzimos diamantes de boa qualidade e com o LUÓ tínhamos uma média de 5 a 8 mil quilates mês e as vezes recebíamos os salários atrasados, mas nunca foram pagos pela metade. Estamos em média de 13 mil quilates mês, há mais de 2 anos e a direcção diz que não há dinheiro para pagar salário na totalidade. E como será o mês de Novembro com o subsídio de natal?”

Empresa sem dinheiro a contratar trabalhadores
Segundo a denúncia dos trabalhadores, mesmo com a má situação financeira da empresa todos os dias são contratados novos trabalhadores e engenheiros, algo que deixa perplexo quem acompanha a dinâmica laboral e os problemas que os funcionários enfrentam.

“Todos os santos dias entram jovens recém-formados nas mais diversas áreas da engenharia. É bom dar emprego aos jovens, e esta é a luta do Executivo. Mas só devemos dar emprego quando temos condições de pagar os funcionários caso contrário não estaremos a fazer nada”.

Por outro lado, acrescentam, a empresa tem muitos directores que não fazem nada.

“Um deles é expatriado e só anda aqui a ganhar dinheiro de favor. O outro, Fernando Sebastião, director Administrativo e Financeiro, tem estado a inviabilizar muitos projectos viáveis que a direcção geral traça devido os seus interesses junto do administrador da Endiama, o senhor Laureno”, garantem, solicitando mesmo a sua saída e a não interferência do administrador da Endiama.

“O senhor Laureno tem que deixar os gestores trabalharem, porque a mudança constante de directores e presidentes dos Conselhos de gestão não será a solução”, apontam.

De lembrar que a sociedade mineira do Lunhinga é composta pela Hipergesta que detém 3% das acções e da Endiama com 97%, sendo que, segundo os trabalhadores, muitas empresas têm se mostrado interessadas em investir nessa empresa com vista a melhorar a situação dos trabalhadores, mas acabam por esbarrar com a Endiama que inviabiliza tal pretensão.

Compartilhar

Leave a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *