Esta segunda-feira, último dia de Outubro, é também o último dia que a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa recebe denúncias e recolhe testemunhos das vítimas dos crimes. Este era o prazo definido para que o organismo, liderado pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, terminasse a recolha de denúncias de abusos sexuais na Igreja, a fim de constarem no relatório final que será apresentado no dia 31 de Janeiro de 2023.
No entanto, de acordo com o Expresso, a Comissão Independente continuará, pelo menos até final de Janeiro do próximo ano, a recolher e a analisar denúncias de abusos sexuais. A diferença está no facto de as denúncias que chegarem entre novembro e final de Janeiro já não constarem nas estatísticas oficiais que estão a ser preparadas pelo organismo.
Segundo os últimos números revelados, no início de Outubro, havia 424 denúncias feitas desde o início de 2022: o número poderá atingir ou mesmo ultrapassar os 500 casos no relatório final da Comissão Independente.
Destes 424 casos denunciados, 17 foram já enviados para o Ministério Público (MP), sendo que foram instaurados 10 inquéritos: “Ao todo, foram instaurados 10 inquéritos, sendo que um deles concentra seis das participações e outros dois, duas cada um”, adiantou A Procuradoria-Geral da República. Seis denúncias acabaram arquivadas e quatro estão em investigação.
O número de casos em investigação deverá aumentar com as queixas recebidas nas últimas semanas. Mais 30 denúncias deverão dar entrada no Ministério Público.
As testemunhas já estão a ser ouvidas pelos procuradores do MP e pelo menos 200 padres estarão sob suspeita dos crimes. Alguns deles ainda estão no activo, adianta o Expresso.