O que Rishi Sunak, o novo primeiro-ministro do Reino Unido, tem em comum com o presidente da França, Emmanuel Macron, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky?
Apesar das muitas diferenças, todos têm 1,70 m de altura — uma prova, segundo muitos usuários nas redes sociais, de que a Europa está agora nas mãos dos “baixinhos”.
Eles seriam considerados “baixinhos” até no Brasil, onde a altura média do homem é de 1,73 m.
No Twitter, o jornalista Tom Gara chamou atenção para o que descreveu como “consolidação do poder europeu nas mãos de reis baixos”.
Mas ele não foi o único. Usuários de todo o mundo também destacaram a baixa estatura dos líderes e aproveitaram para lembrar outros “baixinhos bem-sucedidos”, desde o imperador francês Napoleão Bonaparte (1,568m), o rei da Macedônia Alexandre, o Grande (1,70m) e o rei francês Luís 14 (1,62m) a Jeff Bezos (1,70m), fundador da Amazon, passando pelo actor Tom Cruise (1,70m) e Mark Zuckerberg (1,70m), do Facebook.
Apesar disso, estudos mostram que homens de menor estatura têm, no geral, menor chance de sucesso do que os seus pares mais altos, e isso se reflecte em salários mais baixos e menos oportunidades profissionais.
Segundo o autor Malcolm Gladwell, em seu livro Blink, cada polegada (2,5 cm) na altura vale US$ 789 a mais no salário. O que significa que um homem com 1,82 m pode ganhar US$ 7,8 mil por ano a mais pelo mesmo trabalho. Em uma carreira de 40 anos, isso pode chegar a US$ 315,6 mil a mais.
Já um estudo realizado pela Universidade de Chicago em 2006 intitulado “O que faz você clicar? — Preferências de companheiros e resultados correspondentes em encontros on-line” mostrou que, em média, homens com 1,60m precisam ganhar US$ 175 mil a mais anualmente para serem tão desejáveis quanto homens com quase 1,80m. O número aumenta com alturas mais baixas, com homens de 1,5 metro, por exemplo, precisando ganhar mais US$ 317.000 em renda.
Facto é que, na lista dos presidentes das 500 empresas da Forbes, a maioria é homem — só pouquíssimas mulheres — e a média de altura deles é 1,82 m.
Isso explica a frustração do canadiano Allan Mott. Em artigo para a BBC em 2019, ele comentou sobre como é viver com menos 18 cm que a média do homem canadiano. Ele tem 1,57 m.
“Eu sei a realidade do que significa ser um homem baixo na nossa sociedade. Existe tanta discriminação sobre tamanho como há sobre gênero, raça, religião, etc.”
Para Mott, assim como tantos outros baixinhos ao redor do mundo, a nova leva de líderes europeus pode representar o tão aguardado afago à autoestima.