Polícia Nacional nega denúncia de desaparecimento de criança feita pela Amnistia Internacional

A Polícia Nacional de Angola (PNA) negou neste sábado, 22, o desaparecimento de uma criança de cinco anos nos arredores da cidade de Namibe, capital da província do mesmo nome, como denunciou na quinta-feira, 20, a Amnistia Internacional (AI).

Em nota, a organização internacional de defesa dos direitos humanos exigiu à PNA que revele o paradeiro de um rapaz de cinco anos de idade que desapareceu após uma operação da corporação contra uma comunidade mocubal em Ndamba nos arredores de Namibe, cidade capital da província de mesmo nome.

A AI disse que durante a operação foram incendiadas 16 casas e outra propriedade pessoal incluindo cobertores, roupa e contentores de água.

“A PNA condena veementemente a publicação de tais informações, e informa que durante a acção policial não houve desaparecimento da criança em causa e que a mesma se encontra no seio familiar”, diz a PNA, cuja nota acrescenta que a intervenção foi solicitada pelo Tribunal de Moçâmedes (Namibe) e conduzida por um oficial de justiça, para repor a ordem “numa fazenda que tinha sido ocupada ilegalmente por um grupo de cidadãos que empunhavam objetos contundentes”.

A AI pediu uma “investigação imparcial, independente e transparente ao incidente”.

De acordo com a nota, a criança, “Mbapamuhuka Caçador de cinco anos de idade desapareceu depois de uma rusga a 12 de Outubro pela Polícia de Intervenção Rápida que foi despoletada por uma disputa de terras”.

A intervenção foi liderada pelo filho de um antigo comandante provincial da polícia da província de Namibe, de nome “Cunha”, em “nome da viúva do Sr. Cunha, Antónia Fernanda, como parte de uma campanha para anexar à força terra da comunidade mocubal adjacente à sua propriedade comercial agrícola”.

Ainda segundo a AI, cinco pessoas foram presas durante a operação mas foram posteriormente libertadas.

“Os residentes receiam que o rapaz possa ter sido queimado vivo numa das casas atacadas pela polícia nas suas acções violentas contra a comunidade”, continua o comunicado em que o director para a África Oriental e Austral, Muleya Mwananyanda, sublinha que o desaparecimento da criança “equivale a desaparecimento forçado o que é um crime ao abrigo da lei internacional”.

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