Entre 2018 e o primeiro trimestre de 2022, o Governo previa aplicar 13.074 milhões Kz nos programas de apoio ao sector hoteleiro e turístico angolano com objectivo de fomentar o sector e promover as potencialidades nacionais. Operadores querem mais e defendem uma estratégia exequível.
O Programa de Investimentos Públicos (PIP) disponibilizou apenas 52 milhões Kz para o desenvolvimento do sector hoteleiro e turístico do País, representando apenas 0,53% do valor orçamentado, indicam os dados do relatório de balanço do último Governo. O documento, que faz alusão às actividades desenvolvidas nos últimos cinco anos no Plano de Desenvolvimento Nacional, é um resumo da execução dos programas do Governo. O montante disponibilizado faz parte das despesas do Estado para o desenvolvimento do sector hoteleiro e turístico nacional.
Todavia, os operadores questionam o interesse do Estado e acreditam que existe falta de estratégia para a promoção deste sector, bastante afectado pela crise da Covid-19. Nos últimos cinco anos, ao todo, a execução financeira acumulada do Programa de Desenvolvimento Hoteleiro e Turístico, até ao I Trimestre de 2022, foi de 680 milhões Kz, dos quais 52 milhões do PIP, e 628 milhões Kz em Despesas de Apoio ao Desenvolvimento (DAD), representando um grau de execuções de 0,5% e 18,73%, respectivamente, face aos valores orçamentados para o período em análise. Entre 2018 e o primeiro trimestre de 2022, o Governo previa aplicar 13.074 milhões Kz nos programas de apoio ao sector hoteleiro e turístico com objectivo de fomentar o sector e promover as potencialidades nacionais.
Uma fonte da Associação dos Hoteleiros e Resorts de Angola (AHRA) diz que o turismo pode ser a melhor alternativa para a promoção do mercado de trabalho em Angola. Tudo passa por criar mecanismos de apoio e facilitação aos operadores. Um destes mecanismos, prosseguiu, passa pela criação de roteiros turísticos tendo em conta a existência de inúmeros recursos histórico-monumentais e naturais, que fazem de Angola um País com capacidade para contrariar as tendências globais de crises e depressões económicas.
O empresário lembrou, entretanto, que existem muitas limitações financeiras para a actividade hoteleira e turística. Também existe um nicho de mercado por explorar que é o turismo interno. A fonte garante que é possível elevar o produto interno bruto do turismo, havendo interesse do Governo na promoção do sector.
“Posso garantir que se tivermos 4 milhões de turistas nacionais e 2 milhões de estrangeiros até 2027, este sector pode atingir um peso de 4% no PIB”, disse. A fonte indica também que a crise na hotelaria ainda não desapareceu porque as taxas de ocupação são baixas. Muitas unidades hoteleiras continuam a encerrar portas.
Por Martins Chambassuco | Expansão