O satélite ANGOSAT-2 foi lançado, na tarde desta quarta-feira, na órbita, a partir da estação aeroespacial de Baikonur, no Cazaquistão.
O ANGOSAT-2 tem uma capacidade de transmissão sete vezes maior que a do ANGOSAT-1, que tinha 16 retransmissores na Banda C e seis na Banda KU.
Com 15 anos de tempo de vida útil, o ANGOPST-2 tem ainda seis “transponders” na Banda C, 24 na Banda KU e, como novidade, um retransmissor na Banda KA.
Trata-se de um satélite de Alta Taxa de Transmissão (HTS), com peso total de duas toneladas, preparado para disponibilizar 13 gigabytes em cada região iluminada (zonas de alcance do sinal do satélite). O mesmo será baseado na plataforma Eurostar-3000.
O ANGOSAT-2 começou a ser construído a 28 de Abril de 2018, nas instalações da Airbus, em França, onde foi instalada toda a carga útil do satélite.
A estrutura foi depois transferida para a fábrica da ISS Reshetnev, na cidade “fechada” de Zheleznogorsk, próximo de Krasnoyarsk, na região da Sibéria, onde foi produzida a carcaça e instalado o mecanismo de arranque.
Seguiu-se a transferência para o local de lançamento, na estação aeroespacial de Baikonur, no Cazaquistão, de onde saiu para a órbita espacial.
O novo satélite surge no quadro da estratégia do Executivo angolano de diminuir a exclusão digital no país, em particular, e em África, em geral, permitindo expandir serviços de telecomunicações às zonas mais recônditas a preços competitivos.
O satélite, que comporta uma série de serviços, tem capacidade para cobrir o continente africano, com ênfase na região sul, e parte significativa do sul da Europa.
Surgiu com a missão de substituir o ANGOSAT-1, o primeiro satélite angolano, lançado em órbita a 26 de Dezembro de 2017, que enfrentou problemas no espaço.
Após o lançamento, houve uma perda primária de contacto devido a uma falha no subsistema de alimentação logo após entrar em órbita, embora as comunicações tenham sido recuperadas, e mais tarde problemas na fonte de alimentação do satélite.
O artefacto tinha sido lançado em órbita através do foguete transportador ucraniano Zenit, a partir do cosmódromo Baikonu, no Cazaquestão.
Construído no seguimento de um acordo assinado entre Angola e a Rússia, em 2009, o ANGOSAT-1 havia custado 360 milhões de dólares aos cofres do Estado angolano.
O satélite tinha um seguro de 120 milhões de dólares, que cobriu em cerca de 90 por cento a sua substituição, a custo zero, em caso de eventual destruição ou desaparecimento.
Venda e reserva de serviços
De acordo com dados da Infrasat, empresa responsável pelas vendas do Angosat-1, 65 por cento da capacidade da banda KU do ANGOSAT-1 já estavam reservados.
A banda KU tem mais procura em África, enquanto que a banda C, mais procurada na Europa, tem 82 por cento de espaço disponível. Estão apenas 18 por cento vendidos.
Quanto ao mercado nacional, haviam sido vendidos 87 por cento da banda C e os 13 foram para o mercado internacional. Para a banda KU, 53 por cento foram alocados ao mercado internacional, contra 47 do nacional.
Houve incidência em cinco sectores primordiais de venda de banda, que são o das telecomunicações, media, defesa e segurança, petróleo e prestação de serviços.
As reservas são pagas num valor equivalente à primeira prestação, de modo a garantir a compra. Existiam reservas de Moçambique, Lesotho, Congo, República Democrática do Congo, Togo e uma negociação com o Reino da Bélgica.