CASA-CE encerra sede nacional: Coligação fundada por Abel Chivukuvuku em contagem final

A CASA-CE não elegeu quaisquer deputados nas eleições gerais de 24 de Agosto e as consequências da derrota eleitoral da coligação fundada por Abel Chivukuvuku já são visíveis e sentidas pelos seus militantes. Uma delas, que pode ditar o princípio do fim da CASA-CE, que preferiu abdicar da popularidade do seu líder fundador com base em critérios e em situações pouco claras tem a ver com o encerramento da sua sede nacional por falta de dinheiro para pagar a renda, tal como confirmou o presidente da coligação angolana, Manuel Fernandes.

Em declarações à DW África, Manuel Fernandes, presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral, confirma o encerramento da sua sede nacional por falta de dinheiro.

“Nós já não temos um regime financeiro robusto como tínhamos antes, decorrente do financiamento do Estado Assim sendo, teremos de nos adaptar ao novo contexto e impõe-se, efetivamente, reduzir ao máximo as despesas financeiras”, disse o político.

A notícia avançada na manhã desta terça-feira, 11, pelo Novo Jornal foi confirmada pela DW África, onde Manuel Fernandes admitiu que a coligação poderá tomar medidas mais severas nos próximos dias.

CASA-CE fecha sede nacional: É o fim da coligação?
(DR)

Futuro da CASA-CE em debate

Será que a CASA-CE se vai manter como coligação ou cada um dos partidos que a integram vai seguir o seu rumo?

“É uma decisão que está a ser debatida no Conselho Consultivo”, responde Manuel Fernandes.

“A ideia de todo o mundo é que o projeto deve continuar. Agora, em que formato, em que modalidade, isso vai depender do debate que está a ser levado a cabo a nível interno, cujos resultados, a breve trecho, poderão ser divulgados.”

CASA-CE conseguirá manter a sua estrutura?

Enquanto decorre esse debate interno, questiona-se nos corredores políticos e nas ruas se a coligação, fundada por Abel Chivukuvuku, conseguirá sobreviver.

O politólogo Agostinho Sicatu, por exemplo, prevê o fim da CASA-CE, “porque os partidos não têm condições de sustentar a coligação” nos próximos cinco anos.

“A lei dos partidos políticos proíbe-os de terem financiamento externo, têm de depender necessariamente dos seus militantes, eventualmente da ajuda de pessoas interessadas, pessoas internas do partido, mas isso não sustenta uma coligação como a CASA-CE.”

Em resumo, Sicatu diz que os partidos da CASA-CE têm duas opções: ou continuam a custear as despesas que a coligação terá doravante, ou saem da coligação e “caminham a solo, podendo voltar a juntar-se nas próximas eleições”, se assim o entenderem. O “viável” seria “encontrar um meio termo”, conclui o analista.

A CASA-CE reúne o Partido Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido de Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola – Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido Pacífico Angolano (PPA), Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA) e o Partido Democrático para o Progresso da Aliança Nacional de Angola (PDP-ANA).

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