Patrice Trovoada apela à calma e acusa Bom Jesus de “amedrontar as pessoas”

O líder do ADI, Patrice Trovoada, acusou, esta quarta-feira, o primeiro-ministro são-tomense de “amedrontar as pessoas” e disse que os militares “não são uma milícia do governo”. Esta manhã, Jorge Bom Jesus apelou aos dirigentes dos partidos políticos para se absterem de “discursos incendiários” e avisou que os “meios de segurança e ordem interna serão activados para evitar qualquer tentativa de instalação do caos no país”.

O líder do ADI, Patrice Trovoada, que reivindica vitória nas eleições legislativas de São Tomé e Príncipe com maioria absoluta, afirmou que estava à espera que o primeiro-ministro fosse, hoje, “reconhecer a derrota do MLSTP e não vir com um discurso de intimidação”. Patrice Trovoada pediu ao primeiro-ministro para “guardar a calma” e disse que quer manter “o carácter pacífico, transparente, calmo destas eleições até à proclamação oficial dos resultados”.

“Quanto a ameaçar com as forças de defesa e segurança, eu quero dizer ao senhor Bom Jesus que as forças de defesa e segurança, os militares, os polícias, são são-tomenses e votam. E eu tenho a certeza que os militares, os sargentos, os oficiais, na maioria, passam pelas mesmas dificuldades que o povo são-tomense. Por conseguinte, são cidadãos conscientes, responsáveis e não é uma milícia a favor e às ordens do Governo ou do MLSTP”, afirmou.

Patrice Trovoada reagia às declarações de hoje do primeiro-ministro actual e líder do MLSTP-PSD, Jorge Bom Jesus, que apelou aos dirigentes dos partidos políticos para se absterem de “discursos incendiários” e avisou que os “meios de segurança e ordem interna serão activados para evitar qualquer tentativa de instalação do caos no país”.

Patrice Trovoada acrescentou: “O senhor primeiro-ministro tenta amedrontar as pessoas. Não há aqui absolutamente nenhuma razão para ameaçar as pessoas com a intervenção das forças de segurança. Não há nenhuma subversão. O que há é falta de comunicação por parte do presidente da CEN em violação à lei, e ele é o magistrado, liberdade de comunicação por parte do ADI e uma comunicação e dados que são sustentáveis e confirmados pelos outros órgãos que intervêm no processo.”

Jorge Bom Jesus, primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe.
(DR)

“Todo o povo são-tomense apela para que essa comédia cesse, que cada um que siga a lei”, continuou, acrescentando que cabe ao primeiro-ministro “ter calma e fazer tudo que ele possa fazer para que o presidente da Comissão Eleitoral Nacional respeite a lei e se comporte conforme a lei”. “Vamos esperar”, assegurou.

O líder do ADI acrescentou que “se o senhor juiz José Carlos Barreiros, presidente da Comissão Eleitoral Nacional tivesse feito o seu trabalho de comunicação, ajudaria a baixar a tensão a nível da sociedade porque as pessoas estão à espera e existe uma tradição”, afirmou, em referência à divulgação habitual dos resultados por distrito e respectivos mandatos.

Patrice Trovoada lembrou, ainda, que os primeiros-ministros de Portugal e Cabo Verde, assim como o ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné Bissau já reconheceram publicamente a vitória da ADI, tal como a Internacional da Democracia do Centro “que é composta por partidos de centro-direita que fazem parte do grupo dos partidos populares na União Europeia e que são maioritários no Parlamento Europeu de Estrasburgo”.

Fonte: RFI

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